de todas as partes do corpo
eu acho que a ausência
se sente nos ossos
ossos mantém de pé o que é vivo em nós
são o que sobrevive à morte.
a ausência é exatamente isso
sustentar em pé o que ainda vive
uma vez, num romance cubano,
li que o português
era a língua sem ossos.
nunca entendi direito.
mas hoje acho que falar português
é a vida pura que se carrega sem forma e sozinha.
é o avesso da ausência
é o remédio mais eficaz
talvez o único
que conheço
contra a solidão da saudade
o silêncio
ecoa nos ossos
Nossa, filha! Sem qualquer corujisse, que coisa linda!
ResponderExcluirVocê colocou sua alma neste poema!
ResponderExcluiresculhambou! bão dimais! lembrou uma coisa do gullar - http://eusoumuitasvozes.blogspot.com/2010/12/ferreira-gullar-reflexao-sobre-o-osso.html
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