Um dia minha mãe falou:
"encontrei uma barata na sua chupeta"
era mentira, mas só a adolescência me mostrou isso
e naquele triste dia de criança
eu tive que jogar a minha chupeta no lixo.
Com a chupeta na mão fechada
e a lata de lixo embaixo
eu chorava com medo de
abrir a mão.
Até hoje, por vezes, me sinto assim:
choro, chupeta, barata,
mão fechada e a lata de lixo.
Esse estranho momento na memória
onde eu negava o inevitável
me ensinou que quanto mais tempo
com a mão fechada
mais longo o choro.
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