quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Solitude

De repente, Ivan se viu sozinho, em silêncio no escuro. Não estava triste nem com medo, apenas quieto. O silêncio fica mais à vontade na escuridão. Ivan, ao contrário do que normalmente fazia, resolveu continuar inerte para esticar aquele momento mais um pouco, ver até onde iria aquilo. E ficou. Quieto, pensando. Deve ter ficado assim até dormir e no dia seguinte, com o sol entrando pela janela, Ivan acordou outro. Era o mesmo Ivan de sempre, mas agora tinha um certo prazer indolente em estar só. Não contou a ninguém, não mudou a sua rotina, mas sempre que se encontrava sozinho, em silêncio no escuro, partilhava consigo mesmo aquele conforto inconfessável.

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