quarta-feira, 27 de outubro de 2010

dois pássaros voando
mais valem
que qualquer
certeza

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Descobri que o sofrimento
é apenas uma pirraça que
a gente faz pra que
Deus (ou alguém)
nos pegue no colo.

Fecha o berreiro
porque ainda é dia
e o colo já vem,
o único que tem,
o colo do tempo,
pra acalmar o neném.

sábado, 9 de outubro de 2010

Levei a vó Dorinha
para avoar de avião.
Ela segurou forte a minha mão,
com a outra pegou o terço,
e ao olhar pela janela
aquele anjo em pessoa
pela primeira vez
encontrou o céu.
será que esses textos pequenos são influência do facebook?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

o amor é apenas uma questão de timing

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Feliz aquele que se permite viver uma grande paixão porque no fundo, sua alma é enorme o bastante para lidar com tudo isso.

Bobagens

eu to me sentindo no plot point da história, prestes a me tornar uma super-vilã

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ex isto


Sempre me considerei uma pessoa que gosta de cinema narrativo e pronto. Mas percebo que cada vez mais isso vem mudando, e ainda bem, tudo flui, foi um processo de anos mas eu desnarrativei as minhas expectativas (cinematográficas). Então foi uma grata surpresa para mim curtir, verbo usado com bastante frequência ultimamente, o filme Ex isto do Cao Guimarães inspirado no livro Catatau de Paulo Lemiski. O filme propõe a seguinte jornada onírica “e se Descartes tivesse vindo com Nassau para o Brasil”. A partir daí, o universo fílmico é construído através de três elemento: o nosso personagem principal, Descartes (um João Miguel inspirado), o universo da banda sonora que se alterna entre narração em off com poemas do Leminski e som direto, e os ambientes pelos quais a personagem percorre. O que achei bonito dessa suposição é exatamente porque Descartes, apesar de ser sempre associado à lógica, ao plano cartesiano e a coisas do tipo, em sua filosofia também aproveitou-se de uma suposição para pensar a vida “e se tudo isso que vivemos não é um sonho”. Na viagem onírica de Cao Guimarães (ou será do Leminski), Descartes vai se despindo, em meio a paisagens paradisíacas ou cidades caóticas, pouco a pouco até se entregar completamente ao sonho e à poesia. E o espectador se encanta com o desencanto da lógica nos trópicos, rumo a um renascimento, rebatizado pelo poeta polaco. Alguns vão dizer que o filme é lento, outros que as imagens não possuem uma unidade estética. Para mim, o filme acerta ao propor uma desconstrução de uma personagem tão conhecida, o autor do Tratado das Paixões, que aqui, abaixo do Equador, seria outro. Aliás, com a poesia leminskiana que flui e encanta e, em alguns momentos, se repete como uma espécie de mantra, quem há de ser o mesmo de sempre? O penso, logo existo, dá lugar a um bem-vindo ex isto.

domingo, 3 de outubro de 2010

Acertamos as diferenças,
conversamos,
pactuamos sobre nós
e, de repente,
tudo continuou igual.