segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Rascunhos

Lendo os meus rascunhos no email me dei conta de quanta coisa eu já pensei em falar virtualmente, mas me calei. Por que será que desistimos, o que faz a diferença entre apertar ou não o botão e mandar para o mundo a sua voz? Acredito que, na maioria das vezes, a gente só em escrever o que pensa já descarrega, já melhora e até se sente um pouco ridículo em colocar o coração assim, tão corajosamente no teclado. Fico pensando em quanta coisa já passou e eu consegui resolver sozinha, só com o poder da escrita confessional. Esses rascunhos são o meu diário, muito mais que os blogs que tenho. Esses rascunhos são como aquele retrato feio que escondemos de todos, inclusive da gente. E mexer nessas coisas é cavucar nos lugares esquecidos e doídos do nosso coração.

Um comentário:

  1. "Eu considero que, na escala dos valores humanos, o sujeito que mexe com palavras está em primeiro lugar. Recebo aqui em casa muitos poetas, e muitos maus poetas, e sempre lhes digo isso. Mesmo nos maus poetas a palavra já é uma qualidade. Só essa dedicação à gratuidade da palavra já merece meu respeito. Ser poeta é dedicar-se às inutilezas – que é como chamo as coisas inúteis." M. de Barros.

    Mexer nessas coisas
    nessas palavras
    de de dentro da gente
    trazendo lodo, ferrugem, gosma, poeira
    frases que o vento vem as vezes nos lembrar...
    issos
    nadas

    só faz é um bem danado de ruim
    só alimentam de nada
    tudo na gente.

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