quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Festival

Esses dias de festival são bons para eu me isolar de mim, esquecer as minhas questões e viver apenas para assistir filmes. É a mesma sensação que tenho quando viajo para longe e só fico em função da viagem. É uma delícia conseguir se entregar dessa forma a um deleite simples. Eu queria pensar assim normalmente, me focar nas coisas e esquecer do resto, sem precisar de um grande evento para iso. Mas sei lá, as coisas parece que reverberam em mim, tenho uma espécie de refluxo dos fatos: as coisas voltam, seja em memória, seja em poemas, seja em histórias. Muitas vezes eu choro, em outras escrevo, às vezes jogo tudo na mesa de bar com meus amigos. O festival controla o meu refluxo e assim eu experimento uma forma inocente de felicidade.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Talvez venha do meu vestido rodado
essa vontade de bailar
ou das minhas ancas nervosas
que no mundo só se importam
com o movimento de girar

Flores no cabelo
Uma música na vitrola
Hoje o mundo roda
Let’s GO!
Salsa dancing,
Maravilha
Voilá!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

pernas que faltam

hoje minhas pernas tremem porque meu coração abunda

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Rascunhos

Lendo os meus rascunhos no email me dei conta de quanta coisa eu já pensei em falar virtualmente, mas me calei. Por que será que desistimos, o que faz a diferença entre apertar ou não o botão e mandar para o mundo a sua voz? Acredito que, na maioria das vezes, a gente só em escrever o que pensa já descarrega, já melhora e até se sente um pouco ridículo em colocar o coração assim, tão corajosamente no teclado. Fico pensando em quanta coisa já passou e eu consegui resolver sozinha, só com o poder da escrita confessional. Esses rascunhos são o meu diário, muito mais que os blogs que tenho. Esses rascunhos são como aquele retrato feio que escondemos de todos, inclusive da gente. E mexer nessas coisas é cavucar nos lugares esquecidos e doídos do nosso coração.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lenda familiar

Sabe essas lendas familiares? Meu avô era uma na minha família. Porque ele tinha um jeito de falar próprio, uma malandragem, um modo de pensar a frente do seu tempo. Hoje me deu saudade dele. Acho que da sabedoria popular que ele retransmitia para mim e do seu jeito despreocupado de falar bobagens. Meu avô era leve e isso eu sempre admiro em uma pessoa, a leveza. Acho que a memória é assim mesmo, ela volta e meia pinça uma pessoa, uma vontade, um fato. Talvez, seja a minha vontade de sorrir mais que me faça lembrar dele justamente hoje. Talvez seja o fato de que aquele que era um estranho na minha adolescência e eu percebo que hoje, cada vez mais, me pareço com ele. Ou não tem motivo algum. Engraçado, mas as pessoas vão embora e continuam envelhecendo, ou melhor, curando, na nossa vida.