me explicaram que a lua vazia
é uma preguiça contagiante
do universo: tudo, até a gente
fica num ritmo lento
dançando em compassos de 8.
é uma explicação bonita
para a dedicação
exclusiva a coisas inúteis,
e sem escolha
(porque eu quero
dançar com o universo)
jogo todos os
compromissos sérios
para o modo subjuntivo
no aqui ainda
apenas
você cinema e poesia
as três metades
do mais ou menos
nada cheio de tanto
onde quero morar
quinta-feira, 21 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
leão mineiro
Quando fui a Minas, das muitas coisas que me impressionaram foi o leão que o Aleijadinho fez. Ele nunca tinha visto um leão na vida, nem desenho, só descrições. Os seus leões eram bichos mitológicos e eu achei lindo como a imaginação ultrapassa essa necessidade de semelhança. O leão mineiro é o leão mais verdadeiro que eu já vi.
Assim, a felicidade quando eu ouvi falar, desenhei ela dentro de mim. E numa sexta-feira que nunca mais acabou, o leão mineiro chegou.
sábado, 9 de junho de 2012
salgadinho
la grasa del mundo
que quiero limpiar
és solamente aquella
que se quéda en las manos
cuando se come con ellas
esta sí, la quiero
con mi boca
y mis sonrisas
de felicidad
que quiero limpiar
és solamente aquella
que se quéda en las manos
cuando se come con ellas
esta sí, la quiero
con mi boca
y mis sonrisas
de felicidad
quinta-feira, 7 de junho de 2012
escrever, na verdade
é um processo de copiar versos
os versos já estão prontos
dentro da gente
nascemos só para copiar de volta
esses versos mais antigos que a vida
que nos dão sentido
e nos desejam
(sim, vivemos porque os versos
nos desejam!!)
outro dia descobri
um poema que me desejava
ele me olhava enquanto
dormíamos,
falava baixinho
meu nome à noite,
eu não escutava
ou fingia que não
gosto de sorrir para ele
porque sei que ele está lá
faço pose e canto coisas
as vezes saio na ponta do pé
para ver se o encontro
um dia encaro-o de frente
copio verso por verso
e espalho o poema em mim,
ele vai me olhar de perfil
eu, com a ponta dos dedos,
da forma mais delicada possível
tocarei o seu rosto, pescoço, peito
os olhos do poema estarão abertos
nos meus
e nós, em silêncio,
tomaremos posse,
um do outro.
é um processo de copiar versos
os versos já estão prontos
dentro da gente
nascemos só para copiar de volta
esses versos mais antigos que a vida
que nos dão sentido
e nos desejam
(sim, vivemos porque os versos
nos desejam!!)
outro dia descobri
um poema que me desejava
ele me olhava enquanto
dormíamos,
falava baixinho
meu nome à noite,
eu não escutava
ou fingia que não
gosto de sorrir para ele
porque sei que ele está lá
faço pose e canto coisas
as vezes saio na ponta do pé
para ver se o encontro
um dia encaro-o de frente
copio verso por verso
e espalho o poema em mim,
ele vai me olhar de perfil
eu, com a ponta dos dedos,
da forma mais delicada possível
tocarei o seu rosto, pescoço, peito
os olhos do poema estarão abertos
nos meus
e nós, em silêncio,
tomaremos posse,
um do outro.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
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