Minha avó falava toda noite
"tem que passar um creminho
nos pés para dormir fresquinha".
E eu passava, claro.
A minha avó tinha os lençóis
mais cheirosos do mundo,
dormir lá era maravilhoso,
a roupa de cama
tinha cheiro de abraço,
ou de ninho,
cheiro de brincar sozinha
na varanda o dia todo
para construir universos.
As coisas que a vó Dorinha
delicadamente, aconselhava,
eram a única lei que eu conhecia.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
eu queria ficar quietinha, parada, só absorvendo esse mundo louco, a velocidade que as coisas andam acontecendo, como uma lagarta, ou uma estátua viva. Pintei a minha pele parda de um prata imaginário e fiquei, simplesmente fiquei, numa vontade estática. É tudo mentira, é tudo figura. E eu parada ouvindo, quieta. Não precisei de um lugar isolado, verde ou dourado, eu apenas fiquei quieta na minha cama enquanto o mundo acontecia.
Assinar:
Postagens (Atom)